sábado, 31 de julho de 2010

Dieta da moda: Dieta do suco de Limão

Desde meados dos anos 80, surgiu a dúvida: Limão tem mesmo o poder emagrecedor? Vários estudos foram realizados durante esses anos e chega-se a uma conclusão: o limão é uma fruta importante para a alimentação humana, tendo em vista que tem, em 100 gramas de sua parte comestível, 46mg de ácido ascórbico (vitamina C), uma vitamina hidrossolúvel que tem a absorção de 70 a 90% da ingestão, quando a quantidade ingerida está na faixa de 30 a 180mg/dia. Na sua composição está presente o ácido cítrico, que tem ação adstringente no organismo, podendo dissolver toxinas e gorduras com o seu consumo associado a uma dieta equilibrada, pois seu excesso pode gerar complicações.
O excesso de ácido ascórbico (vitamina C) no organismo é excretado, sendo assim, o seu consumo excessivo inócuo e não há indícios de que seja cancerígeno e teratogênico. A associação mais comentada com relação ao seu excesso é quanto à sua potencialidade de aumentar a excreção urinária de oxalato e assim, aumentar o risco de formação de cálculos renais.
A vitamina C pode ser encontrada em frutas cítricas, como: laranja, acerola, tangerina, limão, kiwi, e
tc. Que carregam em sua maioria, vitaminas e micronutrientes essenciais para a realização de funções vitais do organismo humano. Além de ser importante para a absorção de Fe não hêmico (Fe3+ - presente nas hortaliças), a vitamina C trás resultados notáveis no escorbuto, enfermidade que provém da carência desta vitamina.
Algumas dietas propõem o consumo do limão por mais de 10 dias seguidos, com o consumo do suco em jejum, antes das principais refeições e sem alimento sólido associado. O seu consumo prolongado, ainda mais da forma como sugerem, pode agredir a mucosa gástrica e não são seguras do ponto de vista nutricional, pois alterações como a gastrite, por exemplo, podem causar desconfortos gástricos, a pessoa ficar inapetente por conta disso e dificultar o processo de absorção de nutrientes importantes para o organismo. Sem contar que em qualquer hipótese, o emagrecimento deve ser associado a hábitos saudáveis, pois às vezes até acontece, mais de forma inadequada e acarretando em problemas sérios à saúde.
Para uma maior absorção dos nutrientes presentes em todo suco, é interessante que o consumo seja realizado o mais próximo possível do preparo, tendo em vista que com o passar do tempo, em contato com o meio ambiente e pelas próprias reações que acontecem no suco, o seu sabor vai modificando e os seus nutrientes vão diminuindo.
O limão tem o poder de desintoxicar o organismo por conta do ácido cítrico presente. Outras frutas cítricas também contêm concentrações consideráveis desse ácido, mas o limão é campeão. O consumo do limão, associado a uma dieta equilibrada, com a ingestão de macro e micronutrientes, trás grandes benefícios ao organismo, mantendo as funções vitais, o funcionamento de órgãos importantes, desintoxicando o organismo, ajudando a combater um possível excesso de radicais livres, tendo sua ação emulsificante, enfim, todo consumo que for equilibrado, sem excessos por nenhuma parte da dieta, o organismo agradece.
Por Érika Guedes Freire.




REFERÊNCIAS
- PHILIPPI, Sônia Tucunduva. Tabela de composição de alimentos: suporte para decisão nutricional. 2.ed. São Paulo, SP: Coronário, 2002.


- VITOLO, Márcia Regina. . Nutrição: da gestação à adolescência. Rio de Janeiro, RJ;2003.


- Revista Boa Forma (Março/2010)


- TABELA brasileira de composição de alimentos - TACO: versão 1. Campinas: NEPA/UNICAMP, 2004.


- BALBACH,A.;BOARIM,D.As frutas na medicina natural;1ª Edição.São Paulo: Editora VIDA PLENA.,1993.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Índice glicêmico: uma tecnologia inovadora, mas não tão boa assim...


Nos dias atuais há uma preocupação enorme com obesidade devido a alta taxa de alimentação desregrada, principalmente pelo intenso consumo de carboidratos. Sendo assim, vários métodos estão sendo lançados para amenizar esse quadro. Um deles é a criação dos índices glicêmicos (IG).

IG é a classificação da rapidez com que certos alimentos elevam o nível de açúcar comparado com outros, baseando-se na forma como carboidratos são digeridos, absorvidos e utilizados. O IG não foi criado para reduzir a quantidade total de carboidratos que as pessoas consomem diariamente, mas para ajudar indivíduos a selecionar alimentos ricos em carboidratos que desencadeiem uma resposta mais lenta à insulina.Ou seja, ajudam para saber se alimentar de forma a manter uma taxa regular de glicose no sangue, facilitando com que o indivíduo perca o apetite e, consequentemente, perca peso por não estar ingerindo alimento em excesso. Além de os níveis estáveis de açúcar no sangue ajudarem a reduzir a probabilidade de desenvolver as complicações associadas com o diabetes, tais como hipoglicemia (baixa taxa de açúcar no sangue) ou hiperglicemia (alta taxa de açúcar no sangue), doenças nos rins, danos nos nervos e cegueira.

A classificação do IG é feita estabelecendo-se o efeito de 50 gramas do carboidrato disponível (a quantidade total de carboidratos menos fibras) em um alimento de controle nos níveis de açúcar no sangue. Foi determinado para o alimento de controle, originalmente pão branco, o valor 100. Uma vez que isto foi estabelecido, os pesquisadores testaram quantidades iguais (50 gramas de carboidrato disponível) de vários alimentos e compararam a reação do açúcar no sangue ao alimento de controle. Quaisquer alimentos que elevaram a glicemia mais do que o pão branco obtiveram um valor mais alto, ao passo que os alimentos que elevaram a glicemia menos que o pão branco obtiveram um valor mais baixo. Atualmente, alguns pesquisadores escolheram usar a glicose como alimento de controle em vez do pão branco. É dado à glicose o valor 100 e todos os alimentos são comparados ao seu efeito na glicemia. Quando o pão branco é usado como alimento de controle, a classificação do IG para a glicose é 140, uma vez que eleva os níveis de açúcar no sangue mais que a glicose

O indivíduo recebe o alimento teste( o qual quer-se descobrir qual o índice glicêmico) na medida que possa ser ingerido 50 gramas de carboidrato dessa comida. ). A reação do açúcar em seu sangue é então testada e registrada num gráfico a cada 15 minutos durante a primeira hora e a cada 30 minutos durante a segunda hora. O mesmo procedimento é usado depois que eles ingerem 50 gramas de carboidrato disponível de glicose ou pão branco (o alimento de controle). Faz-se a média de todos os valores de IG obtidos e compara-se entre teste e controle para encontrar o resultado final. IG alto está de 70 para cima, IG médio entre 50 e 70 e IG baixa de 50 pra baixo.

Mas nem tudo é tão simples quanto parece. O vídeo fala que é preferível que seja substituido alimentos com alto IG por alimentos com baixo IG para não se ter picos de concentração glicêmica e, se feito o processo a longo prazo, o corpo aprende a equilibrar o balanço glicêmico. Todavia, o video não explica que melhor mesmo é repor moderadamente esses alimentos, de maneira que, a cada refeição do dia, possa ser trocado um alimento de alto IG por um de baixo IG e não deixar de comer completamente essas comidas ricas em glicose. Afinal, é uma atitude mais realista de ser feita e os alimentos ricos em IG não são maléficos se ingeridos em poucas concentrações.

A American Diabetes Association tem, ao longo destes anos, questionado a

utilidade clínica do índice glicêmico e recomenda que a prioridade nas

recomendações nutricionais seja dada à quantidade e não ao tipo de carboidrato

(American Diabetes Association, 1994). As razões para ela não

recomendar o uso do índice glicêmico são: dificuldade para a pessoa diabética

fazer a sua escolha alimentar devido às “severas” limitações advindas do seu uso;

dúvidas sobre a sua utilidade clínica baseadas apenas em conclusões de

pequenos estudos feitos com resposta glicêmica de apenas uma ou duas refeições;

desconsideração de estudos bem delineados que mostram a aplicação do índice

glicêmico em refeições mistas; variabilidade das respostas glicêmicas encontradas

entre os diversos grupos que trabalham com índice glicêmico. Na revisão de 2001,

não houve modificação nas recomendações (American Diabetes Association,

2001). Também, a American Heart Association (Krauss et al, 2000) e American

Dietetic Association (1999) não reconhecem o uso do IG na prevenção e

tratamento de doençasnão reconhecem o uso do IG na prevenção de tratamento de doenças

Varios outros problemas são enfrentados ainda em relação ao uso de indíces glicêmicos. Abaixo estão listados alguns deles:

1. a ingestão conjunta de alimentos que foram analisados por IG com gorduras,proteinas,molhos,coberturas,etc, aumentam o IG da alimentação inevitavelmente. Pois se comer proteína e gordura junto com carboidrato, por exemplo, ele é digerido mais lentamente e eleva os níveis de açúcar no sangue mais gradualmente.

2. Grau de maturação: quanto mais madura estiver a fruta, maior o IG.

3. quando o ácido está presente na comida, ele desacelera a taxa em que o organismo digere determinada comida. Processo mais lento significa glicose por mais tempo no sangue.

4. Quanto mais longo o tempo de cozimento, mais macia será a comida e mais fácil e mais rápida será a digestão. Os valores de IG normalmente aumentam com o tempo de cozimento.

5. Diferenças individuais na taxa de digestão do carboidrato a cada indivíduo, principalmente os diabéticos.

6. O IG faz medidas para 50 gramas de alimento, porém, isso não é necessáriamente a quantidade da espécie alimentar a ser ingerida numa refeição. Assim, não se sabe se em pequenas quantidades certos alimentos tem IG alto ou baixo. Por exemplo a melancia, que tem IG considerado alto, mas para 4 copos enchidos pela metade. Numa refeição normal, a média é comer meio copo de melancia. Sendo que nesse caso o IG da melancia é considerado bom.

Entretanto, quando se calcula a carga glicêmica (CG), o panorama é bem diferente. A carga glicêmica é usada em conjunto com o IG. Ela reflete a quantidade de carboidrato disponível em uma porção de tamanho normal de uma comida em particular, de forma que reflita situações reais de alimentação. A CG é calculada usando uma fórmula que multiplica a quantidade de carboidrato disponível em uma porção pelo IG do alimento e dividindo o resultado por 100.
Adicionalmente, o tipo de tratamento a que o alimento é submetido deve ser amplamente descrito (tipo e tempo de cocção, trituração, entre outros) para os fatores presentes nos alimentos e que interferem no aproveitamento do amido sejam considerados. O ideal é que os usuários tenham conhecimento da maior parte das possíveis interferências metodológicas que envolvem a obtenção do IG, para que possam interpretar adequadamente as informações e utilizá-las com segurança.

A Austrália é o país mais avançado em termos de conhecimento sobre o IG dos alimentos e programas educacionais voltados ao consumidor. As autoridades de Saúde Pública da Austrália sancionaram um programa para auxiliar os consumidores sobre a seleção de alimentos fontes de carboidratos (Glyceminc Index Symbol Program). Este programa envolve a inclusão do IG no rótulo dos alimentos visando ampliar sua divulgação junto ao consumidor.

O IG é um ótimo fator facilitador para comportamento dietético, porém não é totalmente seguro,pelo menos, não ainda. Sendo assim, é válido relacionar IG com reeducação alimentar: comer saudável também é comer bem sem ter que deixar de comer o que se gosta, apenas não comendo o tanto que se deseja.

Por Rayssa Carvalho Teodoro.

REFERÊNCIAS:

www.saude.hsw.uol.com.br

www.inciensa.sa.cr

terça-feira, 20 de julho de 2010

Diet e Light, a confusão.

Eles são usados em larga escala por pessoas que querem emagrecer devido à idéia desses produtos conterem menos calorias. Porém nem todos são ”light” no sentido de serem menos calóricos, pois alguns possuem até mais calorias do que o produto normal. Quando os produtos diet e light foram lançados no mercado (na década de 80) a impressão era que os dois eram sinônimos. Hoje em dia a população já consegue diferenciar um pouco mais os dois tipos, mas ainda apresentam certa dificuldade. Muitas pessoas acham, por exemplo, que os produtos diet são específicos para diabéticos, ou seja, possuem menos açúcar, mas não é bem assim.

Os produtos Diet são isentos de uma substância qualquer que o compõe, como açúcar, proteína, glúten, sódio ou gordura. Esses produtos foram projetados para um grupo específico de pessoas que apresentam alguma restrição alimentar como os diabéticos (açúcar), os hipertensos (sódio) e os celíacos (glúten). Os chocolates diet normalmente são restritos de açúcar e isso gera uma confusão na cabeça do consumidor, pois com menos açúcar ele deveria ser menos calórico e até mais saudável, não? Eis a questão. Na retirada do açúcar os fabricantes precisam adicionar outro componente para torná-lo palatável, que geralmente são os adoçantes e a gordura. Portanto ele não apresenta açúcar, mas possui maior quantidade de gordura, tornando-o mais calórico que os chocolates normais.

Já nos produtos light ocorre a diminuição percentual de determinado componente do produto ou a diminuição de no mínimo 25% do valor calórico do produto original. Outra diferença: os produtos diet não precisam de um produto base, original para ser fabricado, já o light deve ser produzido levando em consideração os valores calóricos de um produto padrão, normal, para ser feita a comparação da redução calórica. Os produtos lights são amplamente utilizados em dietas de emagrecimento devido à redução de calorias consumidas.

E ainda temos o termo “zero”, que só veio para botar lenha na fogueira. Ele normalmente é empregado em refrigerantes e é relacionado à retirada total de açúcar. A coca diet (lembra?) tinha a função diet como foi descrita acima, ou seja, ela não possuía açúcar em sua composição. Um tempo depois a mesma coca diet virou a conhecida coca light. Sim, a coca light permaneceu sem açúcar e mesmo com a nomenclatura “light” ele é um produto dietético com menos calorias. A vinda da coca zero não muda muita coisa, é a coca light com nome novo. É uma estratégia de marketing da empresa para ganhar novos consumidores com o mesmo produto. Os refrigerantes “lights” são realmente mais chamativos pela sua quantidade calórica ser largamente menor do que a normal, porém não faz do refrigerante um produto saudável. Devemos lembrar que como qualquer refrigerante, eles possuem altos valores de sódio e muitos edulcorantes (adoçantes) que em excesso fazem mal a saúde.

Além desses aspectos, a rotulação também não facilita a vida do consumidor. Mesmo com uma legislação vigente, a informação passada ainda é deficiente.Segundo a legislação os produtos diet devem apresentar a seguinte frase"Consumir preferencialmente sob orientação de nutricionista ou médico" e devem mostrar avisos para diabéticos se o produto contiver glicose, porém não precisam apresentar qual componente da fórmula é o restito. E mais, uma análise realisada pelo Inmetro revela que a mais de 70% dos produtos diet analisados não atende a legislação, pois o valor dos componentes descrito no rótulo não condiz com a quantidade real do produto como o de colesterol, gorduras saturadas, fibras e de valor calórico.

Por Ingrid Zago
Referências

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Uma visão geral das “Dietas da Moda”


Servindo como parâmetro estético para grande parte das pessoas, os artistas e muitas vezes pessoas de grande influência, usam de medidas extravagantes que prometem um emagrecimento rápido, sem muito esforço, mas que as conseqüências podem ser prejudiciais, uma vez que podem acarretar em deficiências de determinados nutrientes. Emagrecer rapidamente, como muitas das dietas propõem, não é adequado, tendo em vista que podem ocorrer deficiências de vitaminas e minerais e a retomada ao peso inicial pode ser mais rápida do que se esperava.
Revistas de baixo custo e de fácil acesso pela população são grandes responsáveis por publicarem parâmetros de artistas, como se todas as pessoas pudessem segui-los sem restrições. Muitas vezes sem consultarem um Nutricionista, as pessoas que estão em busca de um corpo perfeito, se aderem às dietas da moda sem pensarem nas conseqüências que isso pode acarretar. Cada organismo depende de um determinado nutriente e responde de uma maneira diferente e muitas vezes, seguir como parâmetro uma dieta que não foi elaborada de maneira individualizada, não surte o mesmo efeito que uma consulta mais direcionada e elaborada com um profissional especializado.
Cada consulta é uma consulta e cada organismo tem os seus mecanismos atuando. Sem contar que a dieta deve ser restrita ao paciente, pois os dados que foram coletados na consulta para elaborá-la, são dados pessoais, com base na acessibilidade que o paciente tem ao alimento, no histórico patológico e familiar do paciente, nas condições sócio-ambientais, enfim, com base no objetivo do paciente e isso deve ser preservado a cada consulta para assim facilitar o atendimento e o direcionamento de cada consulta.
É cada vez mais comum revistas onde artistas mostram seus biótipos, terem vinculados aos dados antropométricos e ao estilo de vida, um cardápio, onde muitos deles teoricamente, consomem o que lá está contido, em quantidades e variedades esclarecidas nesse cardápio. Muitas vezes, os assinantes dessas revistas, pessoas que as compram esporadicamente, ou até mesmo pessoas que tem acesso a essas revistas de forma emprestada, conseguem uma “dieta” da moda e esse é um fator agravante para os organismos das pessoas que de certa forma não foram o parâmetro para a elaboração da dieta, o que pode acarretar em disfunções, alergias, intolerâncias, sem contar que as pessoas podem não alcançar o objetivo que pretendiam seguindo determinada dieta.
A mídia impressa muitas vezes serve como instrução para alguns fatos da atualidade, para uma consulta corriqueira de algo que se deseja abordar mais a fundo, de dicas sobre modalidades esportivas e novos aparelhos aeróbicos, de alimentos novos no mercado, enfim é de certa forma importante para se aprofundar determinados assuntos, mais é necessário que se tenha um certo senso crítico para se analisar até que ponto as coisas se passam como realmente abordam e ter sempre como referência artigos científicos, aqueles que de certa forma passam mais confiança a respeito do que se quer aprofundar.


Por Érika Guedes Freire.

Referências:

- VITOLO, Márcia Regina. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro,2008.

-
http://www.reporterbrasil.com.br/conteudo.php?ig=16 (acesso em 19/07/2010)







Ração Humana

A Ração Humana virou a nova febre em questão de emagrecimento no Brasil, trazendo consigo amantes e inimigos dessa novidade. A Ração Humana consiste na mistura de diversos grãos e farelos. Há diversas receitas espalhadas pela internet e já existe a ração humana industrializada, a qual você pode comprar no supermercado, mas os seus ingredientes principais são: aveia, linhaça marrom, gérmem de trigo, açúcar mascavo, gergelim com casca, fibra de trigo, gelatina sem sabor, cacau, levedo de cerveja, guaraná em pó e extrato de soja (ou leite de soja em pó).

A ração humana agradou os olhos da população por prometer emagrecimento, saciedade, melhora nas funções cardiovasculares, diminuição do colesterol, maior disposição, regulação do intestino e alguns até dizem diminuir a flacidez. A ordem é consumir duas colheres da mistura batida com alguma fruta substituindo um lanche ou uma refeição. A ração não tem contraindicações, pode ser consumido por qualquer um, a menos que a pessoa seja diabética ou tenha alergia a algum componente da fórmula como os celíacos, tendo assim, que ser feitas alterações na receita. Até aí a ração humana parece uma boa opção para quem quer emagrecer, não? Pois é, cuidado!

A ração é muito rica em fibras. As fibras são carboidratos vegetais que não são digeridos pelo intestino delgado devido a ligações químicas que as nossas enzimas digestivas não conseguem hidrolisar. As fibras apresentam compostos poliidroxilados que torna a molécula hidrófila, todos atraem água, mas nem todos são solúveis nela. As fibras solúveis são formadas por heteropolissacarídios (formado por monossacarídeos diferentes) ramificados o que determina um aumento da viscosidade em presença de água, formando um gel e proporcionado à sensação de “estômago cheio”, de saciedade. As fibras são conhecidas também por diminuir o nível de colesterol plasmático. Elas se ligam a sais biliares, aumentando sua excreção. Esses sais perdidos nas fezes são repostos a partir do colesterol, fazendo assim diminuir o teor de colesterol circulante no sangue. Além disso, a fermentação bacteriana intestinal produz ácidos graxos de cadeia curta que parecem inibir a síntese de colesterol no fígado.

Mesmo com tantos aspectos positivos, há discussões sobre alguns nutrientes terem a absorção inibida pelas fibras. As fibras tem efeito laxativo, pois passam pelo trato digestivo sem sofrer desdobramento, irritando a mucosa intestinal e consequentemente promovendo um aumento do peristaltismo que por sua vez aumenta o transito intestinal. Dessa forma, a absorção de nutrientes fica prejudicada devido à velocidade exigida na absorção de nutrientes ser menor do que a do peristaltismo. Há também uma interação das fibras com os nutrientes, formando complexos insolúveis e impedindo absorção dos mesmos.

O aumento na disposição se deve à cafeína do guaraná em pó, substância que melhora os reflexos e reduz a fadiga. Porém, justamente pela cafeína atuar sobre o sistema nervoso central e o cardiovascular, seu consumo parece elevar a pressão arterial de forma rápida, o que requer certo cuidado em indivíduos hipertensos ou que possuam qualquer patologia cardiovascular. É importante lembrar também que a cafeína já está presente em diversos alimentos da nossa dieta normal, como café, chás e chocolates, e a ingestão de cafeína em excesso é tóxica para o organismo.

A ração humana possui diversas vitaminas, minerais e fibras importantes para nosso organismo e ela pode realmente trazer benefícios à saúde. Mas deve-se tomar cuidado se o objetivo é o emagrecimento, pois a ração possui quantidade considerável de calorias. E acima de tudo, a mistura não pode ser utilizada como substituição de uma refeição, pois ela não apresenta quantidades de micro e macronutrientes relevantes para tal.

A ração humana só deve ser utilizada como meio de complementação alimentar. Devemos visar que em uma dieta equilibrada não há a necessidade de qualquer tipo de suplementação. E que apenas um nutricionista pode dizer corretamente suas necessidades energéticas e nutricionais.

Por Ingrid Zago

Referências

Nutrição e influências da mídia


O corpo é um campo de luta que envolve diferentes saberes, práticas e imaginário social.”

SERRA. G, SANTOS.E - 2003



O aspecto principal e fundamental para o crescimento de um profissional é o embasamento científico que se obtém na construção acadêmica e na formação de cada um. Através de estudos, cada profissional, em sua área, realiza trabalhos da maneira mais ética possível e com objetivo de cooperar com quem deseja o seu trabalho.

No caso dos profissionais da saúde, como os Nutricionistas, existem vários problemas corriqueiros que os assolam, como a mídia que, muitas vezes, converte discursos científicos em sínteses generalizantes reelaborando-os de uma forma descontextualizada e destituídas de fundamentos cientificamente comprovados.

Com uma demanda de informações avassaladoras, a mídia tenta vender os seus produtos a qualquer custo. A consequência disso é a dificuldade por parte do paciente quanto ao bom entendimento a respeito do que realmente faz bem para a saúde, além de haver um maior distanciamento com os profissionais da área.

Porém, mesmo com toda essa influência em certos aspectos negativa, a mídia possui uma atuação bastante importante e positiva, como por exemplo: levar as informações à casa do paciente possibilitando-o conhecer as novas áreas de atuação da Nutrição, o que gera um maior número de adeptos por medidas alimentares, e, como consequência muda sua imagem corporal e sua qualidade de vida.

Com isso, conclui-se que a mídia desempenha sim, um papel influenciador na construção e desconstrução de procedimentos alimentares, mas cabe aos profissionais de saúde estar bem informados e atualizados sobre os principais assuntos vigentes, além de capacitados a intervir no entendimento dessas informações midiáticas pela população, instruindo-a.


Por Thaíza Pascarelli