sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Dieta do Mediterrâneo


A dieta do mediterrâneo leva esse nome devido aos alimentos consumidos já serem usualmente inseridos na dieta normal dos habitantes da região mediterrânea. Na dieta, alimentos como frutas, hortaliças, grãos, frutas secas e o azeite de oliva extra virgem são amplamente consumidos, tendo também o consumo moderado de peixe, vinho, leite e derivados. Já as carnes vermelhas, açúcares, frituras e alimentos com alto teor de gordura saturada são evitados.

Pelo largo consumo de hortaliças, frutas e grãos, a dieta apresenta ótima quantidade de micronutrientes ingeridos, além de ser rica em fibras. O vinho tinto também conhecido no uso da dieta trás benefícios devido a sua ação em reduzir a oxidação de LDL- colesterol, o qual é envolvido diretamente no processo de formação da aterosclerose. Já o consumo do azeite de oliva apresenta benefícios à saúde devido à presença do ácido oléico. Este é um ácido graxo monoinsaturado que também auxilia na baixa incidência de aterosclerose. Há estudos que comprovam que em dietas de baixo teor de lipídeos, porém constituído com ingestão de ácidos graxos monoinsaturados, os indivíduos apresentaram queda nos níveis de colesterol plasmático e um aumento relativo de HDL-colesterol.

Em outro estudo foram analisados 322 indivíduos dos dois sexos e diferentes idades, alguns apresentando diabete (tipo 2). Esses indivíduos foram divididos em três grupos, um com dieta de redução de gordura, outro com redução de carboidratos e o ultimo estava fazendo a dieta do mediterrâneo. O estudo revelou que ambos os grupos tiveram perda de peso, mas o grupo que estava na dieta do mediterrâneo apresentou baixo teor de LDL-colesterol. Além disso, as mulheres que estavam no grupo da dieta do mediterrâneo apresentaram maior perda de peso em relação às mulheres dos outros grupos. O estudo ainda faz uma ressalva de que pode haver relação entre o consumo de gorduras monoinsaturadas e a sensibilidade à insulina, pois os participantes diabéticos (do tipo 2) do grupo da dieta do mediterrâneo apresentaram redução dos níveis plasmáticos em jejum, os mesmos dados dos diabéticos dos outros grupos permaneceram iguais.

A dieta do mediterrâneo ficou conhecida justamente pelo fato de que os habitantes dessa região apresentaram menor incidência em doenças cardiovasculares e doenças crônicas não transmissíveis. Sendo uma dieta que consiste no consumo de alimentos variados e com menos gordura saturada, a prática dessa dieta também é conhecida por permitir um emagrecimento saudável, ao contrário da maioria das outras dietas mais conhecidas.

Por Ingrid Zago


Referências:

ANGELIS, Rebeca Carlota de. Novos conceitos em nutrição: reflexões a respeito do elo dieta e saúde. Arq. Gastroenterol. 2001, vol.38, n.4, pp. 269-271. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-52732004000400002&script=sci_arttext&tlng=en.

MOREIRA, Ana Vládia Bandeira and MANCINI-FILHO, Jorge. Influência dos compostos fenólicos de especiarias sobre a lipoperoxidação e o perfil lipídico de tecidos de ratos. Rev. Nutr. 2004, vol.17, n.4, pp. 411-424. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0004-28032001000400010&script=sci_arttext&tlng=es.

OLIVEIRA, C. In: Idmed. Dieta do Mediterrâneo. 2009. Disponível em: http://idmed.com/Nutrição/Dietas/dieta-do-mediterraneo.html.

Weight Loss with a Low-Carbohydrate, Mediterranean, or Low-Fat Diet
New England Journal of Medicine - Julho/2008
. Disponível em: http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa0708681.

MARZZOCO, ANITA. TORRES, BAYARDO. Bioquímica básica. 3ª ed. Rio de Janeiro. Ed: Guanabara Koogan, 2007.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Fast food X fast food saudável




Traduzindo do inglês, Fast food significa “comida rápida”, ou seja, são aquelas refeições confeccionadas

rapidamente e que podem ser ingeridas em pouco tempo.

A agilidade do serviço, os horários de funcionamento e os preços acessíveis são uns dos aspectos que influenciam as pessoas a escolherem esses tipos de alimentos. Porém, mesclado a isso, a necessidade de se alimentar de maneira mais saudável aumentou, sendo conseqüência dos meios de comunicação que frequentemente exaltam a necessidade de se alimentar da maneira mais saudável possível.

Com isso, uma nova tendência ganha espaço no mercado alimentício e faz crescer seu consumo entre os consumidores, é o chamado Fast food saudável, que são aquelas redes de restaurante que optam por oferecer alimentos leves e considerados saudáveis como saladas, comidas integrais, sucos, entre outros. E é isso que está sendo incentivado na reportagem abaixo, o consumo desse tipo de alimento.

De fato, comparando os alimentos servidos pelos fast food tradicionais e os saudáveis observam-se divergências nutricionais e qualitativas significativas, como por exemplo, o tradicional possui alto percentual de carboidratos, gorduras, açúcares e sal, porém, concentrações baixas de vitaminas, minerais e fibras alimentares.

O elevado consumo de sódio contribui para o desenvolvimento de Hipertensão Arterial Sistêmica, de retenção hídrica e osteoporose, além do aumento da excreção urinária de cálcio porque os rins reabsorvem o sódio preferencialmente ao Cálcio. Com isso, há uma sobrecarga na função renal, o que pode acarretar, posteriormente, falência desse órgão.

Outra conseqüência do consumo exagerado de fast food é o aumento do consumo de gorduras, principalmente as saturadas, o que acarreta aumento nos níveis de triglicerídeos, de colesterol total, colesterol LDL e diminuição de HDL, ou seja, o perfil lipídico é bastante alterado. E o excesso do consumo de açúcares provoca, a longo prazo, o desenvolvimento de doenças como Diabetes mellitus, Obesidade, cardiopatias entre outros.

Além disso, possuem também elevadas concentrações de corantes, estabilizantes, conservantes e outros tipos de aditivos que melhoram sensorialmente os alimentos, mas podem fazer mal à saúde.

Com isso, a escolha por fast foods saudáveis é muito mais recomendado do que os tradicionais, porém, vale ressaltar que se alimentar de fast food tem que ser uma prática rara e não um costume, uma vez que, mesmo que sejam ofertados alimentos menos calóricos e mais ricos em micronutrientes, esses fast foods também podem conter muitos aditivos e conservantes.

Tem que haver uma maior mobilização das pessoas para optarem por alimentos in natura e de preferência feitos em casa. Por não ser visto o modo de preparo desses alimentos, a pessoa não consegue ter o controle sobre o consumo de macro e micronutrientes, como por exemplo, o sódio. Com isso, torna-se importante que a preferência seja realizar refeições em casa, porém, se não houver essa possibilidade, que seja preferidos os fast foods saudáveis, que são mais benéficos que os fast foods tradicionais.


Reportagem retirada na íntegra do site: Yahoo. minha vida:

“Quiz: você sabe comer fast food de forma saudável?

O consumo em excesso de comida fast food é condenado porque muitas opções são calóricas, ricas em gordura saturada, açúcares, sódio e conservantes, uma turma que provoca um mal danado à saúde do organismo, como doenças cardiovasculares e obesidade. Mas isso não significa que eles estejam proibidos. De forma isolada o consumo de fast food não faz mal. O que não devemos fazer é substituir as refeições por lanches. Além disso, podemos, atualmente escolher um fast food saudável. Quer exemplos? Já reparou que tem até comida japonesa ou buffet exclusivo de saladas entre as opções nas praças de alimentação dos shoppings. Muitas redes já estão preocupadas em oferecer opções que incluam vegetais, frutas, iogurtes e preparações mais leves. E será que você sabe fazer a melhor escolha para a sua alimentação? Responda as perguntas e descubra.

1) Um fast food saudável prioriza um cardápio com:

(X) Pratos balanceados, rico em vegetais e preparações com pouca gordura

( ) Pratos saborosos, crocantes e com porções generosas

Prefira pratos grelhados, assados, cozidos e que contenham legumes e verduras. "As melhores opções são sempre combinações com alimentos ricos em fibras, vitaminas e minerais, com teor reduzido de gordura e de açúcares"

2) Um sanduíche considerado saudável leva:

( )Pão branco, bacon, hambúrguer de carne bovina, queijo, alface e maionese

(X) Pão integral, hambúrguer de carne bovina, salada de alface, tomate e cenoura e pouco queijo

Sempre que possível, escolha pão integral, lanches que incluam folhas, cenoura e frios com menor teor de gordura. Evite os lanches que contenham queijos godurosos, bacon e frituras",

3) Além de hambúrguer e pizza, também podemos encontrar fast food de:

(X) Lanches naturais, culinária japonesa e buffet de comida caseira, além de outros

( ) Mais nada. O termo só engloba sanduíches

Em um restaurante japonês fast food, por exemplo, opte pelos peixes, como atum e o salmão, ricos em gorduras benéficas para o coração. "Prefira opções saudáveis na culinária oriental como shitake, shimeji, missoshiro, camarões cozidos, frango grelhado, sashimi, tofu e legumes. Mas evite as preparações fritas e calóricas"

4) O consumo de fast food é preocupante quando ultrapassa:

( ) Três vezes na semana

(X) Não há uma regra para isso

O que deve ser considerado é o que foi escolhido para compor sua dieta. Pois frequentar fast foods pode não ser considerado nocivo desde que a pessoa seja consciente e responsável por escolhas alimentares mais saudáveis

5) Na hora do jantar, o melhor a fazer é optar por:

( ) Algo que sustente, o mesmo que comeria no almoço

(X) Algo nutritivo, porém mais leve

Sempre devemos optar por alimentos mais nutritivos em ambas as refeições, porém ressalta-se que no período noturno a melhor opção é ingerirmos uma quantidade menor e uma refeição pobre em gordura para não dificultar a digestão. Dessa forma, seu estômago não ficará pesado e assim fica fácil dormir bem

6) As melhores opções de sobremesa em um fast food são:

( ) Sorvetes e milk-skakes

(X) Frozen iogurte ou frutas

Os doces já levam açúcar, mas os sorvetes ainda carregam gordura. Opte sempre por versões light ou mais leves de sobremesas.

7) As bebidas mais indicadas para acompanhar a refeição são os:

( ) Refrigerantes

(X) Sucos ou chás gelado

Ricos em açúcar, os refrigerantes fornecem calorias sem oferecer nutrientes importantes para o nosso corpo, como vitaminas e sais minerais. Mesmo as versões light e zero não fornecem nutrientes. Além disso, as bebidas gaseificadas distendem o estômago dando uma falsa sensação de saciedade. Isso poderá antecipar a sensação de fome, podendo levar a um excesso alimentar durante o dia.”

Por Thaíza Pascarelli


Referências:

http://yahoo.minhavida.com.br/resultadoTeste.aspx?agrCodigo=1532753

http://saude.terra.com.br/interna/0,,OI755943-EI1501,00.html

http://www.nutricaoemfoco.com/2010/07/28/cuidados-com-o-consumo-de-sal/

Cerveja, será ela uma vilã??


A mídia, muitas vezes associa bebida alcoólica à vitalidade, à saúde, sempre correlacionando com pessoas que aparentam estar saudáveis, homens e mulheres com corpos impecáveis e isso muitas vezes está associado à nutrição de uma maneira geral. Recentemente, um novo estudo da Harvard Medical School, nos Estados Unidos, mostrou que mulheres que bebem cerveja com freqüência, têm maiores chances de desenvolver psoríase, uma doença crônica da pele, caracterizada pela presença de eritemas e escamas avermelhadas. Na pesquisa foram analisados dados de mais de 82 mil mulheres, com idades entre 27 e 44 anos, e seus hábitos de consumo de álcool durante seis anos.

Os pesquisadores observaram um aumento de 72% no risco de psoríase entre as mulheres que bebiam mais que uma média de 2,3 cervejas por semana em relação às mulheres que não bebiam. Para as mulheres que bebiam cinco copos de cerveja por semana, o risco era 130% maior. No entanto, as mulheres que bebiam qualquer quantidade de cerveja não alcoólica, vinho ou bebidas destiladas não apresentaram um aumento do risco de desenvolver psoríase.

A psoríase na maioria das vezes afeta as áreas de atrito da pele como cotovelos e joelhos.
Mas também afeta o couro cabeludo, as palmas e as plantas das mãos, os pés e as unhas e para o diagnóstico, os médicos solicitam uma biópsia da pele. O histórico familiar para essa patologia, também é levado em conta, já que a maioria dos casos tem origem genética. “O fator emocional não causa a psoríase, mas detona as crises quando o paciente tem predisposição. Drogas, infecções e alterações hormonais também podem desencadear a formação de escamas”, afirma o dermatologista Cesar Cuono.

Existem casos de psoríase considerados como sendo severos, que levam a deformidades das articulações, por isso o tratamento é essencial. Os cremes a base de cortisona, banhos de luz ultravioleta ou de sol, remédios imunossupressores e derivados de vitamina A, conhecidos como retinóides (que são da mesma espécie dos que tratam a acne), podem controlar o problema.
A conseqüência do uso demasiado de bebida alcoólica por mulheres, como dito no começo, está associada também à psoríase, que é um estudo recente, fora tantas outras conseqüências que sempre existiram, como: doenças pulmonares (quando o consumo de bebida é excessivo), hepatite podendo evoluir para uma cirrose hepática, gastrites e gastroenterites, pancreatite (ocasionando na destruição das células do pâncreas), esteatorréia (eliminação de gordura pela fezes), infarto (associado a grandes quantidades de gordura circulante), enfim, diversas patologias que muitas vezes não são retratados com a mesma importância pela mídia.

Alguns componentes não-alcoólicos da cerveja, que não são encontrados no vinho ou nos destilados, podem estar relacionados ao surgimento da psoríase, segundo alguns pesquisadores. O estudo, publicado na revista especializada Archives of Dermatology, sugere que a causa do aumento no risco de psoríase pode ser o glúten da cevada, usada na fermentação da cerveja. De acordo com o estudo, as pessoas com psoríase podem ter uma sensibilidade maior ao glúten.

O glúten é a principal proteína presente na Aveia, Trigo, Cevada, Centeio e Malte (subproduto da cevada), cereais que são utilizados na composição de alimentos, medicamentos, bebidas industrializadas, assim como cosméticos que outros produtos que não devem ser ingeridos. O Malte, muito questionado, é um produto da fermentação da cevada e apresenta também uma fração de glúten. O glúten não desaparece quando os alimentos são assados ou cozidos, e por isto uma dieta deve ser seguida à risca.
Em pessoas com sensibilidade, leva ao dano das microvilosidades do intestino delgado e prejudica a absorção dos alimentos, o que caracteriza a doença celíaca.
Sendo assim, como as pessoas com psoríase podem ter uma sensibilidade maior ao glúten, essas devem ter cuidado ao consumirem qualquer alimento com essa proteína, pois os danos podem ser severos ao organismo. Apresentando qualquer dos sintomas citados, é interessante que se procure um médico para maiores esclarecimentos.
Assim como qualquer alimento consumido em excesso pode causar danos à saúde, o consumo demasiado de cerveja e de qualquer outro tipo de bebida alcoólica, também acarreta danos. É interessante que toda bebida alcoólica seja ingerida de forma moderada, pois em longo prazo pode desencadear dependência, comprometimento dos neurônios, doenças hepáticas, doenças renais pela elevação do ácido úrico, além de tantos outros comprometimentos psicomotores que podem ocorrer. É interessante também que se tenha consciência ao dirigir após ingerir bebida alcoólica, tendo em vista que é uma das principais causas de morte dos jovens no Brasil.A mídia tem influências consideráveis na vida de grande parte da população mundial e dela, sempre se deve fazer o uso consciente. Antigamente, o cigarro era tratado da mesma maneira que hoje são as bebidas alcoólicas, relacionados a estilo de vida saudáveis, enfim, e hoje essa vertente se modificou, tendo em vista que a quantidade de problemas relacionados ao tabagismo tem aparecido cada vez mais e as pessoas estão mais conscientes do uso. O mesmo se espera com relação às bebidas alcoólicas, pois o seu uso freqüente e intenso pode acarretar em danos tão severos quanto aos relacionados ao tabagismo, se tornando mais prejudicial ainda quando associados, portanto, se ingerir bebida alcoólica, tenha consciência, pois além de danos físicos, podem ocorrer danos psíquicos e uma dependência. APRECIE COM MODERAÇÃO!


Por Érika Guedes Freire.
REFERÊNCIAS

http://www.sindicerv.com.br/cerveja-saude.php
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S151644462004000500002&script=sci_arttext&tlng=es
http://www.acelbra.org.br/2004/doencaceliaca.php
http://www.santalucia.com.br/clinica-geral/alcoolismo/alcoolismo-p.htm


















domingo, 22 de agosto de 2010

“Perder peso mais rápido pode ser melhor, dizem especialistas”





"O quêêê?!?!?!"



Esse foi o título de uma matéria do site do Correio Braziliense do dia 17 de Julho desse ano. Espantoso, não? Como estudante de Nutrição tive que ler a matéria, afinal uma afirmação dessas é contraditória com tudo que já ouvi e com o que aprendi no curso até agora.

A reportagem fala do estudo feito na Universidade de Melbourne (Austrália) e realizado pela médica endocrinologista Katrina Purcell. O estudo separou dois grupos de pessoas com 100 kg em regimes diferentes. O primeiro, no regime rápido, tinha como objetivo fazer perder 1,5kg por semana em 12 semanas. O segundo, mais lento, perderia 0,5kg por semana em 36 semanas. No estudo, 78% das pessoas do primeiro regime conseguiram atingir o objetivo e apenas 48% do segundo grupo conseguiram o mesmo. Além disso, quatro pessoas do segundo grupo desistiram do experimento em comparação de apenas um do grupo de regime rápido.

Segundo a pesquisadora, quando se perde quantidades significantes de peso, como 1,5kg por semana, gera uma vontade maior de dar continuidade ao processo de emagrecimento. Trata-se de uma questão de motivação, quem perde 0,5kg não está percebendo resultados visíveis e consequentemente não se sente motivado a continuar no regime.

Porém dietas de emagrecimento rápido são normalmente muito restritivas. Como dietas baseadas em sopas, ou em apenas sucos, ou sem carboidratos ou até em jejum absoluto. Dietas assim podem produzir um déficit energético diário significativo que resultariam adaptações metabólicas no organismo com um intuito de preservar massa corporal. Como por exemplo, mudança de composição corporal, redução na taxa metabólica de repouso, alterações no apetite (na variação de hormônios como a leptina, indicadora de saciedade) e alterações na utilização de substratos metabólicos. Esse último é o que gera em casos de dietas de restrição calórica a perda principalmente de massa magra do organismo, pois esse passa a consumir como substrato metabólico aminoácidos provenientes da proteína dos músculos. Há também redução de água corporal, pois em consequência da taxa de oxidação das reservas de glicogênio ocorre a liberação de água dos tecidos (1g de glicogênio agrega 2 a 4g de água) e da taxa de oxidação de proteínas que também possui água associada (1g de proteína agrega 1 a 3g de água).

Além do mais, quem aguenta uma dieta restritiva por longo tempo? Outro problema de quem emagrece rápido é que esse regime acaba desequilibrando os hormônios corporais, principalmente os responsáveis pelo controle de saciedade e fome. Esse desequilíbrio favorece o indivíduo a cair na tentação de voltar à dieta anterior e até exagerar o consumo na volta. O descontrole ao se alimentar depois do regime pode gerar um transtorno alimentar, na maioria dos casos uma compulsão alimentar, fazendo o indivíduo ganhar os quilos perdidos mais rápido que o normal, resultando assim no temido “efeito sanfona”.

Portanto, mesmo não apresentando o quesito motivacional mostrado pela pesquisa da doutora Katrina Purcell, um emagrecimento saudável e duradouro deve ser gradual e contínuo. Um emagrecimento que apresente resultados em longo prazo deve partir do individuo. Ele deve passar por uma reeducação alimentar gradual e ter conscientização dos hábitos saudáveis. É uma mudança de comportamento, algo que não se faz em apenas 12 semanas.

Por Ingrid Zago

http://www.artigonal.com/nutricao-artigos/emagrecimento-rapido-conheca-seus-efeitos-1569346.html

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/07/17/cienciaesaude,i=202983/PERDER+PESO+MAIS+RAPIDO+PODE+SER+MELHOR+DIZEM+ESPECIALISTAS.shtml

TIRAPEGUI, JÚLIO. Nutrição: fundamentos e aspectos atuais. 2 ed. São Paulo. Ed. Atheneu, 2006.

sábado, 21 de agosto de 2010

Para aqueles que acham que bebida açucarada não faz tão mal quanto comida sólida, cuidado!








Dietas têm um efeito local sobre saúde bucal, principalmente sobre a integridade dos dentes, pH e composição da saliva e placa. Nutrição, no entanto, tem um efeito maior sobre a integridade da cavidade oral, incluindo dentes, periodonto (estrutura de suporte dos dentes), mucosa oral e osso alveolar. Alterações na ingestão de nutrientes e no consumo de dietas, afetam absorção, metabolismo e/ou excreção dos mesmos pelo corpo, podendo atrapalhar inclusive a integridade dos dentes.

Açúcar e cáries estão intimamente ligados. No entanto, o problema dessa relação está mais na forma como esses açúcares são consumidos do que a quantidade dos mesmos que foi ingerida durante a alimentação.

A cárie dentária é uma doença que ataca os dentes por meio de um processo chamado desmineralização. O ataque se inicia pelo esmalte dentário e é feito por ácidos. Esses ácidos são produzidos pelas bactérias Streptococcus mutans e lactobacilos que compõem a placa bacteriana (conjunto de bactérias que se acumulam na estrutura dentária). Esses ácidos são um fator determinante para desenvolvimento de cáries, pois a desmineralização consiste no valor de pH da placa abaixo do valor crítico, normalmente 5,5, sendo que tal abaixamento de valor permite o crescimento das bactérias acidogênicas. A lesão se desenvolve a partir do resultado do equilíbrio entre desmineralização e remineralização, em que o último processo é significativamente mais lento do que o anterior e é determinado pelo resultado líquido de placa e saliva com níveis de pH acima de um valor crítico, sendo altamente saturados com cálcio e fosfatos.

Sendo assim, os carboidratos de açúcares simples,como a glicose e frutose, são os precursores para a ativação das cáries. Logo, dieta e nutrição podem interferir com o equilíbrio da desmineralização e remineralização do dente fornecendo açúcares e outros carboidratos fermentáveis, que são metabolizados aos ácidos pelas bactérias de placa. Esse metabolismo dura em torno de 30 minutos. Isso significa dizer que uma lata de refrigerante é bem menos prejudicial para os dentes quando consumida em apenas alguns minutos do que a mesma lata de refriger ante quando consumida por algumas horas com goles repetidos, pois todas as vezes que o açúcar é levado à bactéria, o ácido é formado.


Os refrigerantes são considerados um dos meios mais fácil do homem ingerir açúcares. O problema é que vários críticos têm acusado o xarope de milho rico em frutose, um adoçante barato que está presente nesses tipos alimentares. Todos os adoçantes quando adicionados às bebidas, contribuem para o aumento das calorias que não ajudam a satisfazer o apetite e sim, contribuem para o aumento do excesso de glicose no sangue que será desviado, então, para a formação de lipídeos. Todos esses eventos acabam contribuindo para a fisiopatologia da síndrome metabólica. A frutose em refrigerantes pode também promover aumento alimentar diretamente pelo seu efeito sobre o hormônio leptina, que sinaliza ao cérebro que já se teve o suficiente para comer. A elevação do consumo de frutose resulta em resistência ao sinal da leptina.

Diversos estudos mostraram que as pessoas não compensam as calorias extra líquido comendo menos alimentos sólidos, porque bebidas açucaradas fazem pouco para conter o apetite, talvez porque eles são metabolizados tão rapidamente, talvez por causa da ação da frutose sobre a leptina.

A cárie é uma doença infecciosa que acontece por uma ação combinada entre dente, placa bacteriana, açúcar e outros fatores determinados pelo ambiente bucal. Infelizmente, as pessoas têm resistência para reduzir o consumo de açúcar, pois o açúcar é muito agradável ao paladar e é gerador de energia. Logo, se há dificuldade de controle alimentar, o mínimo a se fazer é regular pelo menos o modo de ingestão desses açúcares, em especial dos açucares líquidos provenientes dos refrigerantes. Pois, por mais que sejam pouco ingeridos, eles causam severos danos à manutenção corporal.

Por Rayssa Carvalho Teodoro


Referências:

www.nytimes.com

www.ajcn.org

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Gordura trans, a nova vilã das dietas!






As gorduras trans e seus efeitos nocivos à saúde têm sido alvo de diversos estudos científicos e reportagens na mídia que critica o consumo, as redes de refeição que ainda a utilizam e os produtos que contém esse tipo de gordura.
A gordura ou lipídio é um dos componentes essenciais para a dieta humana, fazendo parte do grupo dos macronutrientes, ou seja, que devem ser consumidos em quantidades significativas diariamente. A gordura, além de fornecer, dentre os outros macronutrientes, a maior quantidade de energia por unidade de peso, contém ácidos graxos essenciais. Além disso, os lipídios auxiliam no transporte e absorção, pelo intestino, d
as vitaminas lipossolúveis (A,D,E,K).
Os alimentos, tanto os naturais como os processados, podem conter vários tipos de gordura, sendo elas saturadas, insaturadas ou trans. A gordura insaturada se divide em dois subtipos: monoinsaturadas e poliinsaturadas, onde ambas têm um efeito positivo para a saúde. As gorduras monoinsaturadas são aquelas que apresentam uma dupla na sua molécula; é
benéfica, visto que pode ajudar a diminuir os níveis de colesterol no sangue e este tipo de gordura é o que deve ser consumido em maior quantidade; é encontrada, principalmente em azeite, azeitona e frutos oleaginosos. A gordura poliinsaturada apresenta mais de uma dupla ligação na sua molécula; também benéfica, contribui para a diminuição os níveis de colesterol no sangue; é encontrada em peixes, óleos de peixe e grãos. A gordura saturada é aquela produzida por animais e consiste de triglicerídeos que contêm somente ácidos graxos saturados; apresenta uma ligação simples entre carbonos e é normalmente encontrada em estado sólido; é relacionada com o aumento de problemas cardíaco.
Durante muitos anos, a gordura saturada foi considerada a grande causadora das doenças cardiovasculares. Agora, os olhares de médicos, nutricionistas e da mídia voltam-se contra um tipo de gordura cujos efeito
s podem ser ainda piores: a gordura trans. Com isso, as gorduras trans e seus efeitos nocivos à saúde tornaram-se alvos de estudos recentes.
A gordura trans começou a ser usada em larga escala na década de 80 para dar mais gosto, melhorar a consistência e até aumentar o prazo de validade de alguns alimen
tos. Esse tipo de gordura é obtido depois que os óleos vegetais são submetidos a um procedimento químico chamado hidrogenação. No processo de hidrogenação, é adicionado hidrogênio em óleos vegetais e este se solidifica, onde o resultado é uma gordura mais grossa, a gordura trans. As fontes dessa gordura são principalmente alimentos industrializados, como margarina, sorvetes, batatas-fritas, salgadinhos de pacote, pastelarias, bolos, biscoitos, entre outros. "Essa gordura não tem uma recomendação diária de consumo e sim um limite de consumo, que é 1% do valor calórico da dieta". ANVISA, Resolução - RDC nº 360, de 23 de dezembro de 2003.
Estudos realizados no início da década de 90 observaram que dietas ricas em gordura trans resultavam, além do aumento dos níveis séricos do colesterol total e do LDL, na diminuição dos níveis do HDL. Também foi observado um aumento no nível de triglicerídeos, que são apontados como fatores d
e risco de doenças cardiovasculares.
"Um recente estudo holandês afirmou que a escolha de um suculento bife é mais indicada do que a de um prato de batatas fritas ou de pastéis, pois a gordura saturada pode ser mais saudável para o coração do que a chamada gordura trans. A pesquisa mediu os efeitos da gordura trans - encontrada em alimentos fritos, biscoitos e pastéis - e da gordura saturada - presente na carne, manteiga e derivados do leite -, sobre a função vascular e os níveis de colesterol. Os especialistas da Universidade Wageningen acompanharam 29 adultos saudáveis e não-tabagistas, alimentados com duas dietas diferentes, uma com maior teor de gordura trans e outra com maior teor de gordura saturada. A função vascular de todos os participantes foi medida, observando a rapidez com que os vasos se dilatavam em resposta ao fluxo sangüíneo. Os resultados apontaram que a gordura trans reduziu a função vascular em 29% e diminuiu os níveis de colesterol HDL em cerca de um quinto, comparada à dieta com gordura saturada."
Com isso, a indústria dos alimentos está sob a vigilância dos profissionais da área de Saúde. No fim do século XX, a obesidade deixou de ser vista apenas como uma questão estética, mas também como um dos mais graves problemas da sociedade moderna.
Com resultados disso, muitos países adotaram um controle rígido sobre o consumo; uma das medidas adotadas, por exemplo, foi a obrigatoriedade de se revelar, no rótulo das embalagens, quantidade ou presença de gordura trans. Diante disso, empresas alimentícias já estão removendo voluntariamente a gordura trans de seus produtos. Um país a ser destacado é o Canadá, o qual é o pioneiro da retirada da gordura trans dos alimentos colocados à disposição da população.
Já no Brasil, as indústrias não aceitam qualquer prazo para eliminar a gordura trans dos alimentos consumidos no país. A Abia, Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação, alegou que ainda faltam opções para substituir esse tipo de gordura, mas avisa que esta se empenhando em novas pesquisas.
Com isso, é de suma importância o cuidado ao se alimentar de produtos industrializados e criar o costume de observar os rótulos dos alimentos para se certificar de que se trata de um alimento sem gordura trans.
Por Thaíza Pascarelli