Essa é uma das milhares frases de famosos que defendem e são adeptos ao Vegetarianismo. A União Vegetariana Internacional o define como sendo "a prática de não comer carne, aves, peixes ou seus subprodutos, com ou sem uso de laticínios e ovos." Em linhas gerais, pode-se definir o Vegetarianismo como sendo um regime alimentar baseado fundamentalmente em alimentos de origem vegetal.
Tal cultura é muito disseminada hoje em dia, sendo um de seus maiores e mais eficiente veículos de propagação, a mídia. Através dela, há campanhas de artistas e pensadores famosos que, por meio de sites de relacionamento, noticiários, frases e apelações públicas difundem tal ideologia e conseguem aumentar, cada vez mais, o número de adeptos a esse regime alimentar. Com isso, a mídia se tornou veículo de disseminação dessa ideologia.
O Vegetarianismo foi muito ressaltado e divulgado quando foi lançado um documentário chamado ‘A carne é fraca’ pelo Instituto Nina Rosa, uma ONG sem fins lucrativos, e indicado para o Festival Internacional de Cinema Ambiental. A sinopse do filme feita pelos produtores era a seguinte: “Alguma vez você já pensou sobre a trajetória de um bife antes de chegar ao seu prato? Nós pesquisamos isso para você e contamos neste documentário aquilo que não é divulgado. Saiba dos impactos que esse ato – aparentemente banal – de consumir carne representa para a sua saúde, para os animais e para o Planeta”.
É um filme que apresenta algumas cenas fortes sobre como é feito o abatimento dos animais que servirão de alimento. Além disso, conta com depoimentos de jornalistas e pesquisadores. O link do vídeo é: http://video.google.com/videoplay?docid=-6718434770864499282#.
A dieta vegetariana desencadeou uma série de estudos científicos com o intuito de classificá-la quanto aos benefícios e malefícios. Como quase todas as dietas, necessita ser corretamente planejada e balanceada, para, assim, levar benefícios para a saúde.
Estudos feitos pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), demonstraram que os vegetarianos apresentam pressão arterial mais baixa (entre 5 mmHg e 10 mmHg) que os onívoros e menor prevalência de hipertensão arterial, mesmo quando o índice de massa corporal (IMC) é similar
O mesmo estudo demonstrou que a mortalidade por doença isquêmica do coração foi 24% mais baixa entre os vegetarianos comparativamente aos onívoros. O menor risco cardiovascular entre esse grupo poderia ser explicado, em parte, pela ocorrência de níveis mais baixos de colesterol nesses indivíduos. Além disso, essa dieta também atende às diretrizes para o tratamento do diabetes e estudos indicam que reduzem o risco para diabete do tipo 2.
Os vegetarianos também apresentaram taxas significantemente menores que os onívoros, no que se refere ao Colesterol Total, LDL e Triglicérides, e proporção HDL/CT significantemente maior.
Várias são as evidências clínicas e epidemiológicas de que a dieta tem implicação direta com o desencadeamento de doenças crônicas, porém ainda não são totalmente esclarecidos os mecanismos de ação, particularmente em relação ao risco cardiovascular.
Porém, mesmo com todos esses benefícios bastante divulgados pelos meios de telecomunicação, o Vegetarianismo pode apresentar complicações relacionadas à carências nutricionais decorrentes da falta de consumo de carnes animais. Um dos principais males causados pela ausência de carne animal na dieta é a anemia causada pela deficiência de vitamina B12 e ácido fólico, conhecida como Anemia Megaloblástica.
Quando há deficiência dessas vitaminas, ocorre uma perturbação na formação dos eritrócitos (células vermelhas do sangue), havendo, então, um atraso da maturação celular, levando a formação de células imaturas de tamanho maior que as células sanguíneas normais.
Quando se desenvolve anemia por deficiência de folato e de vitamina B12, além dos sintomas usuais da anemia (sonolência e falta de concentração), a pessoa também apresenta irritabilidade, insuficiência de ganho de peso (especialmente em crianças), anorexia (falta de apetite), infecções, distúrbios gastrintestinais e prostração.
Vale ressaltar que o homem não sintetiza a vitamina B12, logo, para manter as concentrações dessa vitamina estáveis no organismo, precisa ser feita sua ingestão através do consumo alimentar.
As fontes dessas duas vitaminas são:
- ácido fólico: fígado, rim, carne bovina magra, peixe (salmão e arenque), suco de laranja e a própria laranja, farinha de trigo integral, batatas, cenoura, ervilha, feijão, vegetais frescos de folhas verdes-escuras, especialmente espinafre, aspargo e brócolis.
- vitamina B12: Os alimentos de origem animal (carne, fígado, rim, pescados, leite, iogurte, queijos e ovos) são fontes de vitamina B12. Os alimentos de origem vegetal não são fontes dessa vitamina.
Portanto, mesmo com toda a divulgação midiática em relação ao assunto e todos os benefícios assinalados acima, tal regime alimentar também pode causar malefícios, principalmente os relacionados à carência nutricional dos nutrientes presentes principalmente nos alimentos de origem animal.
Com isso, torna-se importante a intervenção e orientação médico-nutricional para os adeptos a esse estilo de vida, uma vez que, o uso de complementos e suplementos alimentares são necessários para suprir as necessidades nutricionais.
Por Thaíza Pascarelli
Referências Bibliográficas:
TEIXEIRA, R. C. M. A.; MOLINA, M. C. B.; et al. Risco cardiovascular em vegetarianos e onívoros: um estudo comparativo. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066782X2007001600005&lng=pt&nrm=iso. Acessado em: 09 de agosto de 2010.
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